Gestor que preze pelo negócio, vislumbra toda e qualquer possibilidade de enxugar gasto.
O assunto tributo ainda é um tabu nos pequenos negócios.
Por isso, são eles os que mais perdem dinheiro por acreditarem que não há controle sobre o que se paga de impostos.
Sempre digo que tudo começa com o estoque. Na verdade, tudo começa com a formação do custo.
Claro que analisar os números e calcular margem de contribuição que gere lucro é parte indispensável da gestão mas, considerando que tributo abocanha uma boa fatia do preço, se o varejista não tem controle sobre ele, a gestão ainda é ineficiente.
1) a carga tributária sobre o faturamento é condizente com a realidade do negócio?
2) a precificação leva em conta a carga tributária do mix e suas respectivas categorias?
3) quais tributos são suportados como custo e quais são compensados na formação do custo do estoque?
Primeiro cenário: Tributação no estoque
Por isso, vamos focar na gestão do estoque do ponto de vista dos tributos.
Como o varejista pode controlar carga tributária?
1) a carga tributária sobre o faturamento é condizente com a realidade do negócio?
2) a precificação leva em conta a carga tributária do mix e suas respectivas categorias?
3) quais tributos são suportados como custo e quais são compensados na formação do custo do estoque?
Reflexos do item 1 – Tributos vs realidade da empresa:
Quando a empresa define um regime de tributação que não condiz com a margem de lucro do segmento, está rasgando dinheiro e aumentando o custo da loja.
Reflexos do item 2 – Precificação vs carga tributária
Classes de produtos tem carga tributária diferentes umas das outras. Quando o cadastro fiscal não discrimina essas variáveis, a precificação está errada.
Reflexos do item 3 – Tributos compensados vs custo
Compensação de tributos reduzem a carga tributária na venda. Quando o sistema não discrimina o que pode ou não ser compensado do que é suportado, realidade financeira da loja é comprometida.
Soluções eficazes para economizar com tributos
Mude o regime de tributação
Ao finalizar o ano, simule a tributação com novo regime de tributação.
Configure o cadastro fiscal no ERP
A parametrização do cadastro fiscal do ERP impede que o mark-up não fique distorcido, uma vez que todas as compensações de tributos sejam realizadas corretamente.
Segundo cenário: estoque super avaliado
A super valorização do estoque pode ter algumas causas:
1) promoções sem estratégia
2) tributos não compensados no custo de aquisição e
3) saldo credor de ICMS ou PIS/COFINS inchado;
Reflexos do estoque super avaliado
Preços calculados a menor podem gerar menos tributos a pagar mais também gerem menos lucratividade;
Reflexos do tributo não compensado no custo
Empresas do lucro real compõem o custo do estoque compensando os tributos da compra com os tributos da venda. Se o cadastro estiver errado, o gasto variável da venda aumenta. Logo, o lucro cai, além do custo permanecer distorcido e
Reflexos do saldo credor de ICMS, PIS e COFINS no estoque
A logística fiscal é determinante para aumentar ou diminuir o gasto variável com tributo.
Dependendo de onde a mercadoria e adquirida, o tributo da compra é menor do que o da venda. Dessa forma, o gasto variável aumenta.
É imprescindível avaliar a logística de compra e não apenas o preço.
Minhas considerações
1) revise o cadastro fiscal de produtos do ponto de vista fiscal;
2) mapeie o tributo que sai e o que permanece no custo.
3) avalie periodicamente a realidade tributária da empresa;
4) entenda os reflexos da logística de compra do ponto de vista fiscal.
Conclusão
Gasto variável com tributo tem controle, desde que o gestor dê foco a esse tipo de gestão.
Pagar muito imposto porque está vendendo muito é um sinal claro de que, talvez, seja hora de mudar de regime.
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